sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Ligação Elétrica dos Engates

Pessoal:  vamos esclarecer de uma vez a questão da ligação elétrica nos engates automotivos.
Padrões de ligações automotivas devem ser conhecimento básico para qualquer instalador, mas muitos ainda acreditam que as tomadas de engates podem ser ligadas aleatoriamente.    
Então vamos lá.
   Desde 1980 a ABNT(Associação Brasileira de Normas Técnicas) normatizou a ligação elétrica em engates e carretas, através da NBR 7332.   Após a normatização do próprio engate, essa NBR foi substituida pela NBR 3732/2006, válida à partir de janeiro de 2007.
Porisso, dentro da tomada dos engates existe a indicação de função de cada pino (L é seta esquerda, R seta direita, 54 é freio, e assim por diante).
Falando nisso, já ouvi alguém falando que não se liga o terra na tomada por que não precisa, já que a carreta está aterrada pelo engate.
Precisa, SIM.   Tanto que lá está o pino 31.
Outra coisa: uma boa ligação utiliza relê para cada função, ou seja, 4 relês (lanterna, freio, seta esquerda e seta direita).
A maioria dos instaladores (ainda) não utiliza relês, e faz um "gato" das lanternas traseiras.   Os fios desta lanterna foram dimensionados para o consumo apenas das lâmpadas desta lanterna, e no caso de se utilizar mais lâmpadas neste circuito, vai haver sobrecarga na fiação e fusíveis correspondentes.   No mínimo, pode queimar um fusível, em casos extremos danificar um computador de bordo ou até causar um incêndio.

Portanto, desconfie de uma instalação barata .   Uma boa instalação custa entre R$150,00 e R$200,00, utiliza relês e um fusível independente para o engate, assim, caso haja um curto-circuíto na carreta, as luzes do carro continuarão a funcionar normalmente.
Voce pode testar se a ligação do seu engate está dentro do padrão elétrico ABNT.   Para isso, levante a tampa protetora dos pinos do engate e, com o auxílio de um multímetro, verifique as funções.  
À partir do pino superior e no sentido horário, as funções são: seta esquerda (pino superior), livre, terra, seta direita, lanterna e freio.
A bola do engate e o próprio engate têm vida útil.   Caso sejam usados com frequência, a bola deve ser trocada ao menos a cada ano e o engate a cada 5 anos (no máximo).
Esses componentes sofrem fadiga pelo uso, podendo quebrar com o tempo.
E se voce vai utilizar o engate para rebocar uma carreta, não economize.   Converse com várias lojas à respeito de marcas.   Se o engate quebrar, a conta SEMPRE vai ser salgada.

domingo, 28 de novembro de 2010

Defeitos em alarmes de motos

   Essa semana recebi telefonemas de 2 concessionárias de motos reclamando de excesso de problemas nos alarmes de motos que eles instalam, e solicitando novo treinamento.
   Há 15 anos instalo alarmes em motos, no início adaptando alarmes de carros, e depois instalando os primeiros alarmes fabricados para motos.
   Depois, a Pósitron lançou o dela, e à partir dai, só usei essa marca.    Não ganho nada pra dizer isso, mas pra azar do mercado, não existe ainda nenhuma outra marca pra concorrer com a Pósitron no mercado de motos.   Eu disse AINDA, por que vem novidade por ai.
   Bom: essas concessionárias só usam Pósitron, e antes de enviar os alarmes ditos defeituosos, eu testo todos pra ve se realmente têm defeitos.   Normalmente não têm.
  
   O que acontece então?

   Sempre visito as oficinas de lojas e concessionárias; no início eram treinamentos mesmo, depois um mero bate-papo, onde relembro os procedimentos de instalação, problemas ocorridos em outras lojas, novidades nos alarmes e nas motos...
   Depois que vou embora os problemas param por um tempo, mas depois de uns 3 meses começam a voltar.   Novo bate-papo, melhoras nas instalações, e o ciclo sempre se repete.
   Lógico que existem ótimos instaladores, mas também até já sei quem são as batatas podres.

   Sabe como chamo isso?   Safadeza.   O cara sabe fazer direito, mas parece que quer manchar a imagem da loja.    Procedimentos básicos são deixados de lado, como solda  nos fios, localização e programação do módulo, fita isolante de boa qualidade, acomodação do chicote.
   Acho que a loja deveria instituir uma instalação padrão, e caso encontrasse uma instalação fora desse padrão, poderia punir o instalador.   Vale lembrar que quando uma moto volta pra oficina na garantia, o custo para a loja não é apenas da hora trabalhada, mas também tem o custo de imagem, impossível de ser mensurado.
  
   Por isso, além de instituir um padrão mínimo de instalação, as lojas devem fornecer materiais de instalação de qualidade (fios, relês, solda, fita isolante, ferramentas...) e cobrar esse padrão de seus funcionários.
   Certa vez fui ajudar a instalar um alarme em uma grande concessionária.    \O funcionário estava fazendo uma emenda no chicote do alarme utilizando fio e fita isolante residenciais, comprados na loja ao lado.
   Marca famosa de motos.  

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Um alarme sem defeitos

Quando chego em uma loja para treinar instaladores de alarmes, já sei que vou enfrentar certa resistência de alguns (normalmente os mais antigos), que dizem que sabem instalar, e que não enfrentam problemas após a instalação.    Mas a loja destes, envia vários alarmes que eles alegam estar defeituosos, e que eu testo e não encontro defeito nenhum.    Explico à eles que sempre estamos aprendendo, e de fato, não raro, também aprendo algo novo com eles.
As fábricas tentam vender um método de instalação que funciona muito bem no "País das Maravilhas", com conectores originais e bloqueio pelo motor de partida, e isso, ou não atende às expectativas do usuário, ou é inviável comercialmente ao lojista.
O cliente, por sua vez, solicita um tipo de instalação ou função, e a loja tem que instalar dentro de limitações técnicas e comerciais (tempo é dinheiro).
É aí que eu entro, tentando conciliar o que é correto, com o que é útil e viável.
Fala sério: de que adianta bloquear uma moto pelo motor de partida?     O "mano" leva sua moto em um semáforo, e voce fica com cara-de-paisagem, e sua moto não pára nunca.    Aaahhhh!  Mas depois que o "mano" desligar, aí sim, o alarme vai funcionar e a moto não vai mais pegar.   Nooossaaaaa!  Que útil.
Tem que bloquear o motor, senão não interessa ao usuário !    Caso voce não saiba, os alarmes originais não bloqueiam o motor.
As fábricas de alarmes recomendam a instalação utilizando conectores conhecidos como "scoth lock".    Lindo.     Mas o chicote fica parecido com um pacote de mercearia, sem falar que, a longo prazo (no litoral isso quer dizer poucos meses) a perda de contato nestes pontos é inevitável.     A loja, por sua vez, quer cortar e emendar fios, sem soldas.    Isso também vai gerar, em algum momento, o mau contato.
Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.     Prefiro afastar a capa dos fios (sem cortá-los) e soldar os fios.     Até hoje não tive problemas de mau contato nestas ligações, e além disso, fica fácil acomodar os fios no chicote, que parece que nunca foi alterado.
Por experiência, posso garantir que perto de 90% dos ditos "defeitos" (em alarmes ou outro acessório elétrico/eletrônico) são causados por emendas sem soldas e só 1% por defeitos de fato.
O restante dos "defeitos" são causados por erros de programação na hora da instalação, ou alterações inadivertidas do usuário.
Portanto, posso recomendar:
1.  Prefira produtos de marcas conceituadas, ou recomendados por boas lojas.
2.  Procure uma boa loja para instalar, normalmente por recomendação.   Uma boa loja utiliza ferramentas  
     novas, não deixa fios e caixas de produtos espalhados pelo chão.  Verifique se a loja utiliza APENAS
     multímetro para testar a fiação.   Se utilizar lâmpadas de teste, saia correndo da loja.
3.  Pergunte ao instalador se os fios serão soldados (com uma boa solda, senão, continuamos na mesma).
4.   Bom instalador sempre lê os manuais.  As fábricas não iriam gastar dinheiro à toa para confeccioná-los.
     Todo manual destina uma parte ao usuário: leia.
5.  Se não possui habilidade, não altere as configurações definidas pelo instalador.

É claro que não sou o dono da verdade, mas isso aí já ajuda muito.